Apresentação

Nesta lição bíblica, reforçaremos a Parábola do Semeador estudada nas aulas anteriores, utilizando passeios na natureza, videoconferências e realidade virtual. Também introduziremos os desafios vivenciados por alguns filhos de missionários, imigrantes, docentes e outras profissões internacionais que demandam morar por algum tempo fora do país. Aprenderemos sobre a diversidade cultural que existe no mundo, a existência da igreja de Cristo ao redor da Terra e a adaptabilidade do cristianismo às diversas culturas.

Leia o post sobre esta série de estudos cristãos para crianças

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Objetivos

  • Reforçar o aprendizado da Parábola do Semeador (Mateus 13, Marcos 4).
  • Ensinar o conceito de metáfora.
  • Discutir os desafios enfrentados por crianças que vivenciam experiências transculturais, como morar fora de seu país (filhos de missionários, imigrantes, docentes, etc.).
  • Apresentar a diversidade cultural e a existência da igreja de Cristo espalhada ao redor do mundo.
  • Realizar passeios (presenciais e virtuais) associados à parábola em estudo, como feiras, hortas, plantações e jardins.

Materiais

Teatro e museu

  • Fantoche de professora.
  • Fantoche da aluna Fifi (Sofia).
  • Imagens impressas ou apresentadas em slides, disponibilizadas na seção Download logo abaixo.

Atividades

As atividades podem ser feitas ao longo de algumas semanas:

  • Visitas presenciais a feiras, estufas, hortas, plantações e jardins botânicos.
  • Visitas virtuais a hortas, mercados e jardins no Second Life.
  • Videoconferência ou visita presencial na residência de alguém que goste de natureza, possua plantas em sua casa ou apartamento.
  • Objetos diversos e imagens impressas para montar o Museu do Japão.

Alternativas

  • No teatro, a aluna Fifi morou no Japão. Caso possua objetos, curiosidade ou vivências acerca de outro lugar, substitua o país na história.
  • Se a sua igreja apoia missionários transculturais, uma opção é adotar o país deles, porque, assim, será possível dar exemplos concretos associados ao contexto da criança.

Roteiro

Professora: Bom dia, crianças! Bem-vindas à nossa escola bíblica dominical! Hoje eu quero apresentar para vocês uma nova aluna da nossa classe, a Sofia.

Fifi: Bom dia, pessoal. Muito prazer conhecer vocês, podem me chamar de Fifi. Como vocês se chamam?

Apresentações e cumprimentos.

Fantocha professora Ana (qualquer semelhança com a realidade não é mera coincidência) e aluna Fifi.

Professora: Fifi, nós estamos estudando a Parábola do Semeador. Nesta parábola, contada por Jesus, nós vimos que o nosso coração deve ser como a terra boa, fofa e fértil, que é ideal para as sementes crescerem. Quando a gente chama o nosso coração de “terra”, estamos fazendo uma “metáfora”, uma comparação de coisas diferentes para explicar uma ideia, uma lição, um sentimento. O “coração” é uma metáfora para a “terra” e a “semente”, uma metáfora para a Palavra de Deus.

Fifi: Professora Ana, eu aprendi sobre esta parábola lá na minha igreja no Japão, quando eu morava lá. A gente acabou de voltar para o Brasil.

Professora: Que interessante, Fifi. Deus fez o mundo cheio de pessoas e culturas diferentes. E a Sua igreja está espalhada por toda a Terra. Quanto tempo vocês moraram lá?

Fifi: Por um ano, o meu pai é professor de japonês, ele fez um curso de pós-graduação lá e a gente foi junto com ele. No começo, foi muito difícil. Eu tinha saudades do Brasil, dos meus amigos, não falava o japonês. Mas com o tempo eu comecei a estudar numa escolinha, fiz novos amigos e fiquei bem mais alegre. Jesus estava sempre comigo no meu coração.

Professora: Fifi, por que você não conta para nós como são as plantações e os alimentos por lá?

Fifi: Eu gosto demais da comida japonesa! É bem diferente daqui, mas é muito gostosa. Eles comem com pauzinhos chamados de hashis. Tomam muito chá, em bules e xícaras pequenininhas, que parecem até de boneca de tão delicadas. A comida tem muita coisa do mar, japonês come muito peixe!

Professora: Sabe, crianças, a cientista Laura comentou comigo uma vez que as pessoas no Japão vivem muito, morrem bem velhinhas. E uma das razões é a alimentação! O japonês come muito menos comida “processada”, que é a comida que foi cozida e embalada numa fábrica. O japonês come alimentos mais integrais e frescos, como verduras e legumes. As mulheres mais velhinhas do mundo estão no Japão, na região de Okinawa. E os cientistas concluíram que elas vivem tanto, também, porque comem muitos vegetais e gostam de trabalhos com a natureza, como o trabalho do semeador. É muito comum nesta região as casas terem hortas e jardins.

Fifi: É verdade, professora, o japonês gosta muito de vida ao ar livre. Lá eles comem bastante arroz também, é um dos alimentos principais, como no Brasil. Eu gosto demais de arroz! No Japão, nós visitamos uma plantação de arroz, foi bem legal, tinha vários semeadores. Eu mesma plantei sementes de arroz. Foi muito divertido!

Professora: Crianças, por que a gente não mostra para a Fifi os vasinhos de sementes que nós plantamos, para estudar a Parábola do Semeador? As sementes plantadas na terra fofa e boa já brotaram!

Levar as crianças para ver os vasinhos plantados na aula Parábola do Semeador, relembrar a história da parábola e o conceito de metáfora.

Fifi: Eu gostei desse passeio. Queria convidar vocês para passearem comigo em um jardim japonês. As florestas, plantações e jardins no Japão são muito diferentes do Brasil. Vocês topam, coleguinhas?

Passeio virtual no jardim japonês do Second Life (vide Atividades) ou presencial, caso tenha uma opção disponível.

Jardim Japonês no Second Life.

Discussão

Ao longo das atividades, aproveite as oportunidades para:

  • Reforçar o conceito de metáfora e recordar a Parábola do Semeador.
  • Demonstrar como é trabalhoso produzir alimentos e como precisamos valorizar o ofício do homem do campo, agradecendo a Deus pela vida destas pessoas.
  • Comparar a cultura brasileira com a cultura de outros países em diversos aspectos: alimentação, produção no campo, hábitos, etc. Quando a criança demonstrar estranhamento em relação a alguma diferença cultural, reforçar a tolerância para com aquilo que não nos é familiar. Refletir como o cristianismo se adapta às culturas.
  • Ensinar que não são necessariamente as circunstâncias, o local onde vivemos, nossa zona de conforto e fatores externos que nos fazem felizes, mas o importante é andarmos com Deus em nosso coração. A Fifi enfrentou dificuldades no começo, mas venceu e foi feliz no Japão. Com Cristo, podemos ser felizes em qualquer lugar, sob qualquer circunstância!

Atividades

Estas atividades podem ser feitas ao longo da semana e em alguns domingos:

Passeios no Second Life

O Second Life é um mundo on-line que utiliza realidade virtual para recriar espaços reais na Web ou, ainda, espaços imaginários. Possui inúmeros parques, museus, jardins, exposições, bibliotecas, dentre outros locais educativos.

Para fazer uma conta gratuita é necessário somente um e-mail e baixar o software. A ilha de recepção apresenta todos os recursos do universo on-line (em inglês), mas os principais movimentos podem ser feitos com as setinhas do teclado. Na Internet estão disponíveis vídeos e tutoriais em português, entretanto, o software é bem intuitivo.

Customize o seu avatar como quiser, com as opções gratuitas ou pagas. Nos prints do pdf do roteiro de aula (seção Download deste post), aparece a professora Ana, customizada com uma roupa parecida com a do fantoche (vestido preto de poá branco).

Atenção: Na quase totalidade das vezes que visitamos o Second Life com nossas crianças, as ilhas estavam totalmente desertas. No máximo, passamos por algum avatar solitário que não entrou em contato conosco e não teve nenhum comportamento inadequado, apenas cruzando o nosso caminho. Entretanto, o Second Life é um local público como outro qualquer do mundo presencial, sendo possível inclusive conversar utilizando chat ou microfone. Não deixe a criança sozinha em momento algum, pois um estranho pode se aproximar. Os avatares também podem se despir ou fazer algo que seja inadequado para o público infantil, portanto, tenha no Second Life os mesmos cuidados que teria numa praça presencial.

Jardim japonês no Second Life

Visite um jardim japonês e uma casa de chá no Second Life (Moonlight Teahouse), onde é possível visualizar comidas, utensílios e mobiliários típicos. Observe como os jardins também são diferentes, sendo muito comum no Japão o uso de pontes, lagos com peixes, bambus, dentre outros aspectos locais.

Ilha da Saúde e Horta no Second Life

Nesta ilha – Healthinfo Island – dedicada às questões de saúde e de inclusão das pessoas com deficiência, visite um mercado de produtores locais e um jardim de ervas.

Jardim de Ervas no Second Life.

Passeios ao ar livre: jardins e hortas

Passeios por locais associados à Parábola do Semeador, onde seja possível conhecer mais sobre a produção das plantas e dos alimentos, rememorando as lições aprendidas com a história. Vista roupas confortáveis, leve água e use filtro solar. Exemplos:

  • Jardins Botânicos e Zoológicos.
  • Museus de História Natural com áreas livres.
  • Hortas ou lojas ao ar livre de hortifrúti (mudas, hidropônicos, etc.).
  • Hotéis fazendas ou propriedades rurais no entorno próximo.
Jardim Japonês no Zoológico de Belo Horizonte.

Videoconferência ou visita presencial

Realizar uma visita presencial, se as condições permitirem, ou videoconferência com algum familiar ou amigo que possua plantas em sua casa e que possa falar sobre como foram plantadas, rotinas de cuidados, etc. Estimular a criança a contar a Parábola do Semeador e a mostrar os vasinhos de sementes (aula Parábola do Semeador).

Museu do Japão

Imprima as imagens disponibilizadas nos arquivos da aula e pregue na parede para montar um museu sobre o Japão. Faça uma visita no museu com a fantoche Fifi, para que ela possa contar um pouco sobre sua experiência de morar lá, frequentar uma igreja cristã japonesa, comemorar o Natal em outro país, etc. Aproveite para conversar sobre as imagens (informações disponibilizadas nos comentários dos slides) e para relembrar alguns pontos de discussão:

  • Alimentação e trabalho rural nas atuais culturas orientais e no contexto bíblico, no qual a Parábola do Semeador foi escrita. Comparar com a realidade das crianças.
  • As dificuldades de se adaptar a uma nova cultura em outro país. Contudo, com Cristo em nosso coração, podemos ser felizes em qualquer lugar.
  • A tolerância cultural com aquilo que é diferente de nós e dos nossos costumes. A adaptabilidade do cristianismo aos muitos contextos peculiares de cada país.
Comidas típicas japonesas (foto Diego Pontes, Pexels) e Museu do Japão (foto Ana Cecília Rocha Veiga).

Inclusão

Criança com deficiência visual:

Realizar experiências sensoriais durante o passeio presencial, tocando as sementes, vasos, terra, folhas, etc. Apreciar os formatos, texturas, umidade e cheiros. Alguns zoológicos e jardins botânicos possuem jardins olfativos, com espécies cheirosas (ex: Museu Inhotim, em MG).

Criança cadeirante:

Algumas lojas de plantas possuem jardins e hortas de orgânicos que são acessíveis à cadeira de rodas. Verifique as condições de inclusão antes de selecionar o local, para não gerar frustrações desnecessárias na criança.

Nos passeios do Second Life, deixe que a criança caminhe com suas “pernas virtuais”. Esta é uma das vantagens do universo digital: não há limites para o nosso avatar, podemos inclusive voar!

Caso a criança peça uma cadeira de rodas, visite este link para conseguir uma gratuitamente. O local é mantido pela instituição sem fins lucrativos Virtual Ability, especializada em inclusão através de mundos virtuais on-line. É possível obter modelos de cadeiras de rodas para paraplégicos e tetraplégicos. Saiba mais detalhes no roteiro desta aula, disponível em Downloads abaixo.

Downloads

Diversidade Cultural – Roteiro de aula em PDF

Museu do Japão – Imagens em slides do LibreOffice

Baixe gratuitamente o LibreOffice aqui

Referências

Fantoche Professora e Fifi: Fantoche de professora customizado mediante encomenda, confeccionado por Retalhos e Sonhos. Fantoche da Fifi é o modelo “Fantoche menina”.

Second Life: Para acessar o Second Life, crie uma conta gratuita no website, faça download do software e escolha um avatar dentre os disponíveis na plataforma. Utilize as setas e os ícones de controle para navegar. O universo on-line é bem intuitivo. Contudo, pesquise na Internet vídeos e tutoriais, se tiver alguma dificuldade para utilizar a plataforma. Apesar de normalmente deserto nos locais indicados, não deixe suas crianças sozinhas, pois o Second Life é um espaço público no qual é possível interagir e conversar com outros avatares utilizando microfone.

Reportagem sobre a expectativa de vida no Japão: Por que os japoneses vivem mais (e melhor) – El País

Imagem principal do post: Irina Edilbaeva, Pexels.

Observação importante: Os produtos e links apresentados neste roteiro não têm nenhum vínculo comercial com a autora e foram indicados sem recebimento de qualquer benefício, desconto, patrocínio ou comissão. As referências servem apenas como crédito, facilitando ainda para os pais encontrarem os itens mencionados nas atividades, caso desejarem.

Alerta sobre a pandemia: Em caso de impossibilidade de realizar visitas e passeios, devido ao isolamento social durante a pandemia, escolha aquelas atividades que mais se adéquam aos recursos disponíveis no momento. É importantíssimo permanecermos em quarentena para ajudarmos a conter a Covid-19. Entretanto, visitas ao ar livre podem ser seguras com uso de álcool gel nas mãos, máscara e distanciamento entre as pessoas. Alguns parques e jardins botânicos estão estruturando visitas pré-agendadas pela Web, o que aumenta a segurança e evita aglomerações. Faça tudo de acordo com as normas e as condições do lugar onde vocês vivem!

Agradecimentos: Alberto Nogueira Veiga e Paulo Rocha, pelos preciosos comentários e sugestões.

© Todos os direitos reservados, autorizado o uso não comercial, sem fins lucrativos.

Versão 1.2 – Última atualização em Junho de 2021.

Foto de Ana sorrindo. Ana é uma mulher branca de meia-idade, com grandes olhos castanhos e cabelos ondulados com mechas louras, na altura dos ombros.

Ana Cecília é professora na UFMG, Brasil. Pesquisa gestão inclusiva e tecnologias da informação e comunicação para museus, bibliotecas e arquivos. Mora em Belo Horizonte com o esposo Alberto e seus dois filhos. Ama ler, desenhar, caminhar e viajar.

 

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