Link para o vídeo: https://vimeo.com/455115836/6fe752b5a0
Transcrição
O primeiro passo para a publicação de uma coleção on-line consiste na documentação, planejamento e preparação do acervo digital ou digitalizado a ser exposto. Neste vídeo, portanto, apresentaremos uma visão geral sobre a estrutura de uma coleção on-line e os recursos disponíveis nos sistemas de gestão de coleções.
Utilizaremos como referência a plataforma Tainacan para WordPress, pois ela contém todos os requisitos de um repositório profissional. Entretanto, em geral, os recursos apresentados aqui também podem ser executados em outros sistemas de gestão de coleções.
O planejamento prévio é essencial para o sucesso de um repositório digital. Não é recomendado iniciar o desenvolvimento de um website ou de uma coleção on-line sem antes realizar este planejamento, que envolve a identificação do conteúdo e sua curadoria, o planejamento conceitual e a preparação dos objetos digitais, para citarmos algumas etapas imprescindíveis.
As ferramentas disponíveis hoje em dia tornam a publicação de repositórios on-line um processo extremamente acessível. Vivemos, ainda, uma sobrecarga de opções de conteúdo, proporcionada pelas redes sociais. Portanto, a grande diferença, a real contribuição das instituições está na qualidade do conteúdo e da informação que pode ser extraída dele.
Daí a importância de se adotar protocolos adequados de gestão do acervo, inventariar e documentar todos os itens selecionados, adotando ainda vocabulários controlados e esquemas de metadados, como o Dublin Core. Trata-se um trabalho complexo e interdisciplinar, que deve ser cuidadosamente conduzido antes de se iniciar a catalogação digital e a divulgação de um acervo na Internet, seja ele pessoal ou institucional.
Como exemplo didático, desenvolvemos uma exposição on-line no Tainacan apresentando os museus de arte mais visitados do mundo, segundo o ranking da revista The Art Newspaper. Você pode visitar a exposição acessando tainancan.webmuseu.org
Utilizamos informações sobre os museus extraídas da Wikipedia e fotografias obtidas em bancos gratuitos de imagens. Portanto, neste caso, o conteúdo é pouco apurado e simples, não exigindo grandes esforços de produção e checagem, porque o foco desta série de vídeos não é o conteúdo digital, mas o ensino das ferramentas. Entretanto, não poderíamos deixar de pontuar a importância da curadoria, planejamento, e produção de conteúdo. No final deste vídeo, daremos dicas de onde encontrar mais informações sobre isto.
Após a curadoria e planejamento, o próximo passo consiste no preparo deste conteúdo selecionado e documentado para ir ao ar. Isto inclui definir as formas de organização e identificação dos objetos digitais. É necessário adequar a resolução das imagens, bem como a remoção dos metadados de divulgação indesejada.
Algumas imagens possuem dados agregados de localização, data e hora, autor da foto, dentre outros registros realizados às vezes automaticamente por câmeras de celulares e máquinas digitais. Por questões de segurança e privacidade, especialmente no que se refere aos acervos pessoais, pode ser importante ocultar estas informações do arquivo de mídia antes de publicá-lo. Também precisamos definir quais campos das fichas de inventário e documentação do nosso acervo estarão visíveis no website para visitantes não cadastrados.
Na exposição sobre os museus de arte mais visitados do mundo, existe um campo para cada tipo de metadado disponível no Tainacan, objetivando exemplificar, num próximo vídeo, como criar metadados e taxonomias com esta plataforma.
O campo Revisão, composto pelos campos Próxima Revisão e Histórico de Revisões, não aparecem para os visitantes comuns, somente para os usuários logados no website. É possível, portanto, definir as visibilidades de cada campo, permitindo a inclusão de informações voltadas para a gestão das coleções, acessadas somente pela equipe da instituição.
Para efeitos do Tainacan, a taxonomia é um tipo de campo especial, que gera termos clicáveis, que podem ser adicionados aos filtros de busca. Quando clicamos no link de uma taxonomia, somos levados aos outros itens da coleção que também estão sob a mesma classificação, além de informações adicionais sobre aquele termo. Por exemplo, em nossa exposição on-line, criamos uma taxonomia denominada Cidades que lista todas as cidades dos museus inseridos em nossa coleção.
Quando clicamos na cidade de Londres, somos levados a uma página que lista os museus da coleção que se localizam na capital da Inglaterra e do Reino Unido.
No alto, à esquerda, observamos uma imagem representativa do que queremos classificar, no caso, a cidade de Londres. O objetivo desta imagem é exemplificar o termo. Em alguns casos isto é extremamente útil, quando esta taxonomia se refere a um adorno indígena, um material de arte, uma técnica construtiva, um instrumento musical, dentre outros termos que requerem maiores esclarecimentos para serem plenamente compreendidos. A exposição on-line ganha muito, em termos de divulgação do conhecimento, quando enriquecemos o seu conteúdo com estas explicações adicionais, em geral constantes na documentação do acervo.
Além da imagem, podemos inserir um texto explicativo. No caso de um repositório de edificações, por exemplo, os vocabulários controlados de história da arquitetura e da arte são muito úteis, pois a descrição de cada estilo pode ser disponibilizada aqui. No caso de um repositório de livros sobre literatura, na taxonomia autores, podemos adicionar ao lado da foto do escritor, uma pequena biografia. Portanto, definir quais campos serão inseridos na coleção com este tipo de recurso do Tainacan – a taxonomia – é algo que demanda também a seleção de imagens e conteúdos especiais acerca dos termos que pretendemos utilizar.
Uma das grandes vantagens dos repositórios profissionais é o seu sistema de recuperação da informação. Os campos de pesquisa e filtros permitem aos usuários encontrarem exatamente o que estão buscando.
Clicando em Busca Avançada, podemos refinar nossa procura, adicionando os critérios e os campos desejados.
Os filtros podem ser customizados de acordo com os nossos objetivos e metadados. Se quisermos, podem apresentar, ainda, quantos itens cada termo possui em nossa coleção.
As coleções contam, também, com diversas opções de organização. Podemos ordenar o acervo de modo descendente ou ascendente, de acordo com os campos ou a data de criação do item.
É possível alterar a forma de exibição. Nesta imagem, a coleção está listada em uma tabela, com os campos que selecionamos no menu Metadado.
São estas as outras opções de visualização: cartões, fichas, mosaico, miniatura e galeria.
A Galeria apresenta somente o título e as imagens da exposição, que pode ser explorada utilizando as miniaturas, as setas de navegação ou a apresentação automática com transição de slides.
O último recurso – Ver como – abre opções extras de acesso ao banco de dados.
Neste exemplo, nossa coleção está em numa planilha simples em HTML.
Para além das questões funcionais, precisamos também pensar os detalhes estéticos da nossa coleção, como a imagem de cabeçalho. Neste exemplo, utilizamos uma fotografia do Louvre, o museu de arte mais visitado do mundo. Logo abaixo do cabeçalho, o template do Tainacan apresenta um espaço para a logo, o título da coleção e uma breve descrição, importante para contextualizar o visitante com informações essenciais sobre o repositório.
E com isto, encerramos o nosso panorama sobre o planejamento, estrutura e recursos para coleções on-line desenvolvidas com repositórios profissionais.
Detalhar cada um dos itens mencionados aqui, especialmente os referentes à documentação, produção e tratamento do conteúdo de um repositório, foge ao escopo desta série sobre o WordPress e o Tainacan, mas você pode encontrar muitas outras informações, links úteis, tutoriais e vídeos em nosso portal Webmuseu.org
Convidamos você, agora, para um passeio nos museus de arte mais visitados do mundo!