Por que temos deficiências e problemas?

Apresentação

Nesta aula bíblica, através da pergunta de Lucas, discutiremos um dilema muito comum no universo infantil (e no adulto também): a imperfeição da natureza. Não pretendemos dar respostas definitivas para algo que para nós também é um mistério. Contudo, apresentaremos algumas promessas de Cristo para nossa vida. Refletiremos, através de exemplos e do testemunho do Apóstolo Paulo, como podemos ser felizes apesar das circunstâncias e como o Espírito de Deus nos concede asas espirituais para sobrevoarmos as dificuldades!

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Objetivos

• Discutir a imperfeição da natureza e as dificuldades que vivenciamos nesta Terra, que podem ser enfrentadas com o amor e a força de Deus.
• Apresentar um dilema comum não só para as pessoas com deficiência, mas também para todos nós, que lidamos diariamente com dificuldades fora do nosso controle: Deus é a causa das nossas dificuldades? Deus nos ama menos, por isto nos submete a estas dificuldades?
• Entender as promessas de Cristo para nós, que Ele estaria conosco todos os dias e que, com Jesus, renovamos as nossas forças e voamos como águias.
• Conhecer o testemunho do Apóstolo Paulo, que nos ensina que tudo podemos nAquele que nos fortalece e que a felicidade nem sempre depende das circunstâncias. O conceito cristão de felicidade não está atrelado simplesmente à busca incessante por prazeres fugazes, mas a uma vida cheia de propósito.
• Conhecer o testemunho de Nick Vujicic, um cristão que nasceu sem braços e sem pernas.
• Criar o Museu do Pé, com pinturas feitas somente com os pés e versículos bíblicos.

Materiais

Teatro

• Fantoche do Lucas, um menino que não tem um braço.
• Fantoche de professora.
• Fantoche da aluna Fifi (Sofia).
• Slides e vídeo da aula.

Atividade

Museu do Pé:

• Cartazes coloridos grossos, pratos grandes de plástico, tintas laváveis e pincéis.
• Impressos do Museu do Pé disponibilizado nos arquivos de aula (download abaixo), com título e versículos.
• Roupas que podem sujar de tinta, muitos produtos de limpeza e paciência redobrada, porque a atividade vai sujar a casa!

Roteiro

Professora: Bom dia, crianças! Bem-vindas à nossa escola bíblica dominical! Hoje eu quero apresentar para vocês um aluno novo, o Lucas. Ele é amigo da Fifi.

Fifi: Oi Lucas, essa é a professora Ana que eu te falei, por que você não faz para ela aquela pergunta que você me fez?

Professora: Qual pergunta, Lucas?

Lucas: Pára com isso, Fifi! Deixa para lá! Professora, deixa para lá, eu acho que não quero conversar não.

Professora: O que foi, Lucas? Aqui a gente pode conversar sobre o que a gente quiser, pode perguntar o que quiser. Qual a sua pergunta? Eu quero muito escutar!

Lucas: Sabe o que é, professora… é que eu nasci sem um braço. Eu sou a única criança que eu conheço que não tem um braço, toda criança tem dois braços! De vez em quando, eu fico pensando: será que Deus me ama menos? Por que Ele deu dois braços para todo mundo, menos para mim?

Professora: Lucas, Deus ama todo mundo igual. Deus te ama incondicionalmente, ou seja, do jeitinho que você é! A natureza, que fez o seu corpinho sem um braço, não é perfeita. Nós vivemos num mundo imperfeito, a vida de ninguém aqui na Terra é perfeita. O seu problema é não ter um braço, o problema da outra pessoa é outra coisa. Você pode até não ver qual é o problema do outro, mas todo mundo tem problemas.

Lucas: Mas se Deus é poderoso, por que Ele não faz crescer um outro braço em mim? Por que Ele não conserta a natureza para ela ficar perfeita?

Professora: Eu não sei a resposta para essa sua pergunta, Lucas. Mas uma coisa eu sei: você não precisa de dois braços para ser feliz. O que Deus nos prometeu não foi um corpo perfeito, uma natureza perfeita, uma vida sem problemas. O que Jesus nos prometeu é que Ele estaria conosco todos os dias da nossa vida. Quando estamos com Deus em nosso coração, sentimos paz e até alegria, mesmo diante das circunstâncias difíceis e dos problemas.

Veja o Apóstolo Paulo da Bíblia, por exemplo, ele passou por todo tipo de dificuldade na vida dele. O navio em que ele estava afundou. Ele foi até preso na cadeia injustamente! Mas Paulo disse que tinha aprendido a viver contente em qualquer lugar, em qualquer situação, tendo poucas coisas ou tendo muitas.

Seja como fosse a vida de Paulo, ele se sentia grato por causa do amor de Cristo em seu coração. Como Paulo tinha a amizade e a presença de Jesus sempre com ele, se sentia satisfeito, mesmo vivendo com muitas dificuldades.

Lucas: Mas eu fico triste, professora, porque eu não consigo fazer muitas coisas que meus coleguinhas fazem, porque eu não tenho um braço…

Professora: Eu acho, Lucas, que talvez você precise parar de se comparar com os outros e prestar mais atenção no que você tem, não no que você não tem. Ficar feliz com o que você pode fazer e não ficar pensando no que você não pode fazer.

A gente sempre acha que a vida do outro é melhor do que a nossa, mas se a gente pudesse trocar de lugar com as outras pessoas, talvez a gente preferisse a nossa vida, os nossos problemas, do que os problemas dos outros. O que realmente importa é o que você tem e o que você pode fazer. E você pode fazer muitas coisas! Talvez bem mais do que você imagina.

Minha sugestão é você se concentrar mais nos “comos”. Como eu posso fazer o que eu quero fazer? Como eu posso ser feliz com o que eu tenho? Começar a se comparar menos com os outros e mais com você mesmo! Comparar o que você não podia fazer antes com o que você pode fazer hoje, porque se esforçou e aprendeu.

Eu quero te apresentar uma pessoa: Nick Vujicic. (Slide 2) Nick nasceu sem nenhum braço e sem nenhuma perna. Como você, ele também se questionava por que tinha nascido assim. Eu acho que o Nick acorda de manhã e pensa: “Hoje eu não sei nadar, mas eu quero nadar! O que eu preciso fazer para nadar sem nenhum braço ou nenhuma perna?”

Lucas: Ele nada????

Professora: Sim, isto e muito mais. (Slide 3) Nick trabalha, ele é palestrante e escritor. Nick também surfa e joga golfe. Ele lê e escreve, usando a boca. Passeia por aí, com sua cadeira elétrica especial. (Slide 4,5) Também é casado e pai de quatro crianças. Nick é cristão e diz que Jesus curou sua tristeza por não ter braços e pernas. Vamos ver o que Nick tem a nos dizer?

Lucas: Nossa, professora, que coisa incrível… ele deve ser muito especial para conseguir superar essa dificuldade desse jeito.

Professora: Talvez, mas ele não é o único, sabia? Muitas pessoas nascem sem braços ou pernas. E nem por isto elas deixam de ter uma vida feliz e cheia de atividades interessantes. Veja estas outras pessoas aqui (Slide 6), nenhuma delas tem braços, mas elas escrevem, estudam, trabalham, pintam, cozinham, brincam com seus filhos, digitam no computador e muito mais! Tudo isto utilizando somente os pés.

Lucas: Qual é o segredo para fazer tudo isto, professora?

Professora: O segredo, Lucas, é focar na parte boa da vida, não nos problemas. E eu tenho uma dica a mais para te dar… um super poder que o Nick já descobriu.

Lucas: Qual é? Qual é?

Professora: É a força de Jesus, Lucas!!! Como disse o Apóstolo Paulo: “Tudo posso fazer em Cristo, que me fortalece” (Filipenses 4:13). Deus renova as nossas forças e nós voamos como águias, voamos acima das circunstâncias, dos problemas, dos valores e pensamentos ruins, da comparação com o outro, de uma visão pequena do que seja a vida.

Com Deus, a gente tem uma visão de águia: a gente enxerga mais longe, a gente enxerga como ser feliz hoje e agora, com o que somos, com o que temos!

Que tal a gente experimentar como a vida dessas pessoas sem braços pode ser interessante e feliz, como a nossa? Que tal a gente fazer um museu com pinturas feitas todas com o pé? Vocês vão descobrir que pintar com o pé não é necessariamente menos divertido do que pintar com a mão, pode ser simplesmente… diferente!

Fifi e Lucas: Vamos, vamos!!!!

Discussão

• Explicar para as crianças que cada ser humano é único, tem uma vida única e, também, problemas únicos. Comparar sua vida com a vida do outro pode ser uma comparação inútil e imprecisa, porque cada um “não tem um braço”, ou seja, cada um tem seus problemas e alegrias. Cada um tem uma história peculiar de vida, o que torna impossível traçar uma comparação justa e assertiva. Não temos como medir e comparar problemas e indivíduos únicos. O que nós podemos fazer é nos inspirarmos nas outras pessoas. O raciocínio “Os outros são mais felizes do que eu, porque têm dois braços e duas pernas” não é nem verdadeiro e nem produtivo. O raciocínio positivo e mais próximo da realidade seria: “O Nick não tem braços e pernas e consegue nadar, então, provavelmente eu, que não tenho só um braço, vou conseguir nadar também. Preciso tentar.”
• Discutir com as crianças como Paulo conseguia se sentir contente em circunstâncias realmente extremas, como a cadeia. Analisar qual é o conceito de felicidade cristã, que não tem a ver simplesmente com a busca incessante por prazeres fugazes, mas encontra sua alegria em viver com propósito. Podemos perceber pelas cartas de Paulo que ele buscava agir sobre aquilo que tinha controle, extrair o melhor das circunstâncias e obtinha grande satisfação em agir corretamente nas condições mais adversas.

E Ele me disse: ‘A Minha graça te basta, porque o Meu poder se aperfeiçoa na fraqueza’. Por isso, de boa vontade antes me gloriarei nas minhas fraquezas, a fim de que repouse sobre mim o poder de Cristo. Pelo que sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias por amor de Cristo. Porque quando estou fraco, então é que sou forte.

2 Coríntios 12

• Refletir ao longo da semana sobre os versículos bíblicos do Museu do Pé.
• Assistir ao vídeo de Nick Vujicic quando era jovem realizando várias atividades (vide Referências abaixo), inclusive as do dia a dia, como acender a luz quando se acorda, fazer a barba e pentear os cabelos.

Atividade

Museu do Pé:

• Se desejar reduzir o trabalho de limpeza, cobrir o chão com toalhas plásticas de festa descartáveis. Se não, garanta que o chão seja de cerâmica ou pedra e que possa ser completamente limpo. Atenção para os rejuntes, alguns rejuntes podem manchar!
• Prender os cartazes no chão com fita crepe.
• Colocar a tinta em pratos plásticos grandes, espalhando bem na superfície para que possa cobrir os pés das crianças. Escolha tintas laváveis, tipo guache infantil.
• Vestir as crianças com roupas que possam sujar e/ou manchar.
• Pintar os cartazes usando somente os pés. Os adultos também podem pintar, escrevendo alguma frase, como “Deus é amor” utilizando um pincel no pé.
• Afixar os cartazes e os impressos numa parede montando o Museu do Pé.

Downloads

Roteiro de aula – Inclusão (PDF)

Museu do Pé versículos (PDF)

Slides com imagens de Nick Vujicic retiradas da Web e Redes Sociais, utilize somente para fins didáticos (PDF)

Referências

Fantoche Professora, Maestro Joaquim e Fifi: Fantoche de professora e do maestro customizados mediante encomenda, confeccionado por Retalhos e Sonhos. Fantoche da Fifi é o modelo “Fantoche menina”.

Livro Uma vida sem limites – Nick Vujicic, Editora Novo Conceito, 2015.

Vídeo com testemunho do Nick Vujicic completo, do qual extraímos o trecho inserido neste estudo.

Vídeo de Nick Vujicic jovem, realizando várias atividades.

Peças gráficas do Museu do Pé feitas no Canva.

Imagem: Criança em cadeira de rodas brincando com outra criança (Meruyert Gonullu, Pexels).

Observação importante: Os produtos e links apresentados neste roteiro não têm nenhum vínculo comercial com a autora e foram indicados sem recebimento de qualquer benefício, desconto, patrocínio ou comissão. As referências servem apenas como crédito, facilitando ainda para os pais encontrarem os itens mencionados nas atividades, caso desejarem.

Agradecimentos: Alberto Nogueira Veiga e Paulo Rocha, pelos preciosos comentários e sugestões.

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Versão 1.1 – Última atualização em Agosto de 2021.