Gestão Inclusiva e Altas Habilidades nos Museus e nas Artes: Ajude-nos com este projeto!

Uma lupa sobre um desenho de um cérebro, em fundo verde.

No próximo ano, começaremos um novo projeto de pesquisa na UFMG, sob minha coordenação, intitulado Gestão Inclusiva e Altas Habilidades nos Museus e nas Artes.

A pesquisa focará tanto nas pessoas identificadas por um profissional especializado como tendo a condição de altas habilidades/superdotação, quanto nas pessoas neurotípicas (não possuem deficiência ou condição neurodivergente) e que também apresentam alto desempenho (intelectual, acadêmico, liderança, gerencial etc.). Ou seja, interessa-nos na pesquisa as habilidades inatas e adquiridas.

O projeto procurará, ainda, analisar as especificidades envolvendo o público com dupla ou múltiplas excepcionalidades. Por exemplo, quando há superdotação associada ao Transtorno do Espectro Autista (TEA), deficiência visual, auditiva ou outra condição.

A pesquisa sobre a inclusão de pessoas com altas habilidades nos museus e nas artes ainda é incipiente. É esta lacuna que pretendemos sanar com este projeto.

Além disto, a desinformação acerca da superdotação leva muitos a acreditarem equivocadamente que existam apenas benefícios, como as vantagens cognitivas. Enquanto, na realidade do dia a dia, as pessoas com superdotação possuem pensamento divergente e podem enfrentar desafios de saúde mental, sofrimento emocional, ansiedade ou isolamento social. Portanto, é preciso aumentar a conscientização da população em geral acerca deste tema.

Investigaremos, principalmente, como uma gestão verdadeiramente inclusiva pode contribuir para o melhor acolhimento, a produtividade e a qualidade de vida das pessoas com altas habilidades que integram a equipe neurodiversa de museus complexos.

Por museus complexos, dentro da perspectiva deste projeto, entendemos ser aquelas instituições culturais ou científicas que administram no seu cotidiano desafios não triviais, tais como a conservação de grandes coleções ou afluxo de milhões de visitantes ao ano.

A pesquisa inclui, ainda, museus cujas complexidades não estejam associadas necessariamente ao seu porte, mas ao seu conceito ou acervo peculiar, que terminam por exigir dinâmicas sofisticadas de operação e gestão, decorrentes dos debates nevrálgicos que suscitam.

Por exemplo, museus que lidem com situações ou temas controversos, tais como decolonização, repatriação, conteúdos sensíveis, vandalismos ideológicos, guerras, terrorismo, violência simbólica, escravidão etc. Incluem-se, ainda, nesta lista, as instituições que sofram pressões políticas advindas de governos autoritários ou autocráticos.

Nesta fase preparatória para estruturação do projeto, estamos formando banco de dados e analisando o universo possível de pesquisa, buscando as seguintes informações:

  • Pesquisadores e profissionais que tenham experiência no tema das altas habilidades e superdotação no contexto dos museus ou das artes.
  • Publicações – acadêmicas ou não – que envolvam altas habilidades e superdotação no contexto dos museus ou das artes.
  • Grupos de pesquisa e institutos focados em altas habilidades e superdotação que tenha alguma correlação com cultura ou artes.
  • Ações desenvolvidas por museus que sejam voltadas para atender ao público de visitantes com altas habilidades e superdotação, seja este um público espontâneo, escolar ou advindo de instituições que ofereçam programas de enriquecimento curricular para superdotados. Apesar do foco ser museus e artes, experiências em bibliotecas, arquivos e empresas também nos interessam nesta etapa, pois podem servir de inspiração para o campo museal.
  • Ações educativas e de gestão desenvolvidas no âmbito universitário que sejam voltadas para a inclusão das pessoas com altas habilidades e superdotação.

Se você tiver como nos ajudar com as informações acima listadas, por favor, escreva para mim no formulário de Contato deste blog.

Por fim, a partir de agora teremos sempre uma seção sobre Altas Habilidades no jornalzinho bimestral da nossa Newsletter do blog. Se este assunto te interessa, não deixe de se inscrever no formulário ao final deste post ou clicando aqui. Muito obrigada!

Agradecimentos: Alberto Nogueira Veiga. Imagem: Lupa e cérebro (ChatGPT).

Foto de Ana sorrindo. Ana é uma mulher branca de meia-idade, com grandes olhos castanhos e cabelos ondulados com mechas louras, na altura dos ombros.

Ana Cecília é professora na Universidade Federal de Minas Gerais, UFMG, Brasil. Pesquisa gestão inclusiva e TIC para museus e patrimônio cultural. Mora em Belo Horizonte com o esposo Alberto e seus dois filhos. Ama ler, desenhar, caminhar e viajar.

 

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